Dizia-se que “a festa dos santos”, culto de homens falecidos, de anjos e de imagens aos quais dirige-se orações, era a festa privilegiada de João Paulo II, o « papa da santidade ».
Durante os funerais do papa, podia-se ouvir uma multidão que pronunciava incessantemente «santo subito, santo subito », ou seja « santo imediatamente » ! A voz da multidão levava assim o actual papa, Benoît XVI, a abrir mais rapidamente que costume o processo de canonização do seu antecessor. Mas o que é esse processo de canonização na Igreja Católica ?
Este processo consiste essencialmente a recorrer, através de um inquérito diligenciado pelo Vaticano*, a testemunhos escritos favoráveis e desfavorável do defunto.Seguidamente, em função da « sua santidade », a concessão de um título honorífico. Por ordem crescente, o título de « venerável », se o inquérito permite concluir « as virtudes heróicas » ; « bem-aventurado » (e sua cerimônia de beatificação) se permite demonstrar a exemplaridade de vida bem como a existência de um milagre; por último, o título de « santo » no caso de validação de dois milagres suplementares.
Sabendo que, no caso de canonização do papa falecido, o papa Benoît XVI põe em jogo sua infalibilidade quanto a presença do novo santo ao céu. Por agora, médicos e teólogos vão inclinar-se sobre « sinais » de santidade atribuídos a João Paulo II, nomeadamente sobre o famoso milagre que teria permitido a uma religiosa francêsa de 46 anos, de curar da doença de Parkinson. Esta freira, chamada Maria Simão-Pedro disse, sem pestanejar, que um belo dia, em Junho de 2005, enquanto ela foi imobilizada pela doença de Parkinson, ela subiu de repente, movido por uma força sobrenatural, curada, dois meses depois da morte do Papa João Paulo II. E Maria Simão-Pedro de confessar : « é a obra de Deus, através de João Paulo II » ! Se este milagre for validado, a cura da religiosa francesa constituirá um elemento crucial do processo de beatificação do antigo papa.
Mas, que nos diz a Palavra de Deus sobre a santidade ? Em primeiro lugar, este sistema papal que atribui o título de « santo », em nome de Deus, aos méritos de uma morte em função das suas obras ou a sua devoção religiosa é claramente prejudicial a Palavra de Deus.
O papa é chamado de « Vigário do Filho de Deus ». Vigário é definido como «alguém que é usado como um substituto » (Mateus 24-5). Em 1870, o Concilio católico do Vaticano I consagra o dogma da infalibilidadepapal. Esse dogma é anti-bíblico.
É contrário ao Evangelho. Para convencer-se, uma recente sondagem (CSA o Mundo das religiões publicado no último número do Mundo das religiões) revelou que só um católico sobre dois crê em Deus. À pergunta : «Na sua opinião, o que há depois da morte ? », 53% respondeu que « há alguma coisa, mas eu não sei o quê ».
